Os Bailes Charme reúnem até duas mil
pessoas aos sábados, só na principal referência na cidade, o viaduto Negrão de
Lima, conhecido por Dutão, em Madureira, periferia carioca. É outro Rio de
Janeiro a ser descoberto. Na pista, alternam-se diversas coreografias
coordenadas por dançarinos escolados, seguidos por um público que desfila
estilos variados da cultura negra, da estética à atitude. No palco, comandam as
pick ups djs de hip hop, rhythm and blues e soul. O termo charme foi criado
pelo veterano dj carioca, Corello, entre 1979 e 1980, em um baile que
acontecia no clube Mackenzie. No set de música lenta, Corelo falava para a
plateia: "chegou a hora do charminho, transe seu corpinho devagarinho”. O
Baile Charme surgiu com um grupo de camelôs que também gostavam de
discotecagem. O nome de batismo foi o Projeto Charme na Rua e contou com apoio
do renomado DJ Malboro, que emprestou os equipamentos. Hoje os Bailes Charme já
estão na terceira geração de charmeiros, netos dos primeiros frequentadores do
Dutão, e espalharam-se por diversas regiões da capital carioca Ao
frequentar um curso de Fotografia Tecnológica numa faculdade situada no bairro,
fui me envolvendo com a cultura
peculiar. Uma espécie de micro África no interior do subúrbio carioca. Não há
nada parecido com Madureira em nenhum outro lugar do Brasil. O contato com a
música e com os frequentadores do baile deu-se de forma natural. Tenho um lema
de que tudo que muito me emociona , deve ser fotografado.
texto & fotos
por porão

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